A Cultura alimentar e você: Uma ligação invisível

A Cultura Alimentar e você: Uma ligação invisível

INTRODUÇÃO

A cultura alimentar e você, tem um impacto significativo em sua saúde e bem-estar. Nossos hábitos alimentares são influenciados por tradições, regras sociais e  comportamentos familiares. Infelizmente, grande parte da nossa cultura alimentar moderna é centrada em fast food e alimentos processados, o que contribui para o aumento das taxas de obesidade e doenças crônicas. Além disso, fatores culturais, como publicidade e tradições familiares, reforçam uma cultura alimentar pouco saudável.

Atentos a estes fatores, a equipe da FITSE, marca gerenciada pela SER Inteligência em Franchising em seu ecossistema, traz algumas informações que podem te ajudar no seu processo de saúde.

A CULTURA ALIMENTAR NA SOCIEDADE MODERNA

A prevalência de fast food e alimentos processados ​​na sociedade moderna tem se tornado uma parte integrante da nossa cultura alimentar. Em sua grande maioria isso ocorre pela facilidade do consumo e pela praticidade. São alimentos que são encontrados em qualquer lugar e, por muitas vezes, com preços acessíveis a todos.

Esses alimentos são convenientes, o que os torna uma escolha comum para muitas pessoas. Porém, infelizmente, eles são frequentemente ricos em calorias, gorduras saturadas e açúcares refinados, o que leva a problemas de saúde a longo prazo, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e obesidade.

Mas quando começou essa transformação alimentar? Quando que deixamos de comer de forma saudável para essa iniciar essa busca desenfreada por alimentos embalados e altamente palatáveis?

ENTENDO O PROCESSO DA CULTURA ALIMENTAR

A história nos mostra que a saída da mulher para o mercado de trabalho gerou nas famílias a necessidade de se obter uma praticidade e rapidez na alimentação. Antigamente a mulher tinha como sua função principal o cuidado com a casa, incluindo nessas tarefas do lar o preparo das refeições. Isso passou a gerar uma oportunidade de mercado para as indústrias venderem “facilidades” as famílias, consistentes em alimentos prontos e processados.

Não bastasse essa inserção da mulher no mercado de trabalho, a Revolução Industrial e as guerras também foram decisivos para passar a se desenvolver alimentos com maior durabilidade. Ocorre que, quanto maior a necessidade de duração de validade, maior a quantidade de conservantes e de processamento, tornando os alimentos menos saudáveis.

OS HÁBITOS ALIMENTARES

Os hábitos alimentares de todos os seres humanos começam a ser formados na infância. Os pais são os principais atores nesse processo de descoberta dos alimentos, dos gostos, e das preferências e hábitos. Uma criança, em seu desenvolvimento inicial não é capaz de fazer escolhas, pelo que então ela começa suas preferências pelo que é ofertado a ela. Ao já estar mais inserida na família e sabendo se expressar e se comunicar melhor, ela passa a fazer suas escolhas através dos exemplos que são dados a ela. É por isso que , como a criança não compra e nem prepara suas refeições, compete aos seus responsáveis terem consciência e o cuidado do que ofertar de alimentos a criança, levando em conta sua saúde e quais deles vão favorecer um crescimento saudável.

AS NORMAS SOCIAIS

As normas sociais e a pressão das pessoas com as quais convivemos também desempenham um papel importante em nossos hábitos alimentares. Temos que ter em mente que a comida está envolvida em todos os ambientes e eventos que frequentamos. Em muitas culturas, comer em excesso é incentivado e visto como uma forma de celebração. Por exemplo, em festas familiares e feriados, a quantidade e variedade de alimentos oferecidos são geralmente excessivas. Essa mentalidade de “comer até não aguentar mais” normaliza hábitos alimentares pouco saudáveis, levando ao ganho de peso e uma relação pouco saudável com a comida.

OS PROBLEMA DA ALIMENTAÇÃO MODERNA

Nos tempos atuais a substituição da alimentação natural e saudável por comidas embaladas e industrializados vem crescendo e têm trazido sérios problemas de saúde pública. As consequências da cultura alimentar e sua baixa qualidade nutricional é evidente nas estatísticas e pesquisas. A taxa de obesidade está aumentando rapidamente em todo o mundo, com cerca de 2,8 milhões de mortes anuais relacionadas à obesidade. E isso está começando cada vez mais cedo. Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem com sobrepeso e obesidade, devido à inatividade física e aos maus hábitos alimentares implementados pela família na infância.

Diante de uma sociedade com excesso de atividades e falta de tempo, é muito mais cômodo para os pais oferecerem algo que o filho queira do que “perder tempo” ofertando um prato saudável,. No entanto isso tem consequências! Hoje já temos crianças com “doenças de adultos” como diabetes, hipertensão, ansiedade, alterações hormonais. Tudo isso devido aos maus hábitos criados pela cultura alimentar. 

CONSEQUÊNCIAS DA CULTURA ALIMENTAR

Pensando a longo prazo, os hábitos adquiridos na infância e mantidos na juventude em decorrência da cultura que viemos e na qual estamos inseridos, tendem a nos acompanhar por uma vida toda, dificilmente sendo alterados. Ou seja, teremos adultos doentes, com péssimos hábitos que irão reproduzir isso para a sua geração futura, criando um ciclo vicioso e contínuo. 

Além do impacto físico, a cultura alimentar também afeta nossa saúde mental. A má alimentação pode levar a doenças psicológicas como ansiedade e depressão. isso ocorre por duas formas: pelo excesso de peso e falta de nutrientes e pela auto cobrança e comparação, principalmente através das redes sociais. A distorção de imagem tem sido cada vez maior, incluindo crianças e adolescentes, que balizam a realidade com o que veem nas redes, sendo estas muitas vezes irreais. 

OS VILÕES DA MÁ ALIMENTAÇÃO MODERNA

Fatores culturais, como publicidade e as mídias, desempenham um papel significativo na seleção de escolhas alimentares não saudáveis, fortalecendo a cultura que adquirimos desde berço. A indústria alimentar gasta bilhões de dólares todos os anos em publicidade, muitas vezes direcionada a crianças e adolescentes. Essa publicidade é projetada para criar uma conexão emocional entre os produtos alimentares e o consumidor, o que leva a uma maior probabilidade de compra de alimentos não saudáveis. A indústria da publicidade, por exemplo, utiliza o mecanismo do marketing no processo de descoberta e interpretação das necessidades, desejos e expectativas do consumidor e das exigências para as especificações do produto e serviço. 

Por isso que se pode afirmar que a mídia exerce papel fundamental na manutenção dos hábitos alimentares culturais, sendo que alguns públicos são mais suscetíveis às investidas da mídia que outros, como por exemplo, as crianças que são mais influenciáveis. Em pesquisa sobre marketing e alimentação, foi possível avaliar 239 propagandas sobre alimentos, sendo que 85% delas continham produtos ricos em açúcares e gorduras. Observamos, ainda, a total ausência de frutas e hortaliças expostas pela a mídia televisionada durante as gravações da pesquisa.

UM PROBLEMA INVISÍVEL

Para você ver como isso é tão real e muitas vezes “oculto as nossas percepções”, tente lembrar de alguma propaganda que mostra um alimento saudável. Alguma vem à sua mente? Acredito de verdade que não!

Desse modo, fica evidente que o estímulo à escolha alimentar sofre constantes influências, já que a veiculação das peças publicitárias utilizam da exposição frequente de mensagens persuasivas e subliminares relacionadas a alimentos com alto valor energético, favorecendo a incidência de sobrepeso e obesidade na população. 

Como s e não bastasse, o lobby da indústria alimentar exerce uma influência específica na definição de políticas alimentares e no fomento de uma cultura alimentar pouco saudável. A indústria alimentar muitas vezes tem uma posição forte no desenvolvimento de diretrizes nutricionais e políticas governamentais, o que pode levar a um conflito de interesses entre saúde pública e os lucros planejados.

A CULTURA ALIMENTAR E VOCÊ

A cultura alimentar não saudável está tão presente em nossas vidas, que ela chega a ser hoje o “motivo” de união das famílias em certas datas. Fatores culturais como celebrações, feriados e tradições familiares também desempenham um papel significativo em nossa cultura alimentar. Já imaginou uma celebração sem comida? Pense em festas como Natal, Páscoa, aniversários. Todas estão sempre com guloseimas expostas na mesa!

Muitas culturas têm pratos tradicionais que são ricos em gorduras e açúcares, e esses alimentos podem se tornar uma parte central das celebrações e refeições em família. Mudar essas tradições pode ser difícil, pois, muitas vezes elas estão enraizadas na identidade cultural e conexões emocionais.

Mas, não são essas celebrações que estão gerando pessoas mais obesas e doentes. Celebrações devem ser sim comemoradas e aproveitadas com refeições deliciosas, o que devemos nos atentar são as refeições do nosso dia a dia. A nossa cultura alimentar do dia a dia é nossa grande vilã. O que ingerimos diariamente em nossa “vida corrida” e como estamos ensinando às nossas crianças é que é o grande fator desencadeador dos problemas que estamos enfrentando.

E AGORA, O QUE FAZER? 

Ao se pensar no tema deste ensaio, “a cultura alimentar e você: uma ligação invisível” uma das perguntas que vem a nossa mente é: e agora, o que fazer?

A mudança cultural é necessária para promover uma cultura alimentar mais saudável. A sensibilização e a educação são fundamentais para ajudar a todos nós a compreendermos as consequências de uma cultura alimentar envolvente. É importante fornecer às pessoas informações sobre nutrição e hábitos alimentares saudáveis desde a infância, para que possam tomar decisões informadas sobre sua saúde.

Exemplos de intervenções culturais bem-sucedidas incluem programas de educação e conscientização nas escolas, campanhas de marketing social que promovem escolhas alimentares saudáveis ​​e envolvimento da comunidade em iniciativas de promoção da saúde. Além disso, as políticas e regulamentações governamentais têm um papel importante na promoção da cultura alimentar saudável. Isso pode incluir restrições à publicidade de alimentos não saudáveis ​​para crianças, incentivos fiscais para alimentos saudáveis ​​e promoção de padrões de rotulagem nutricional claros e acessíveis.

CONCLUSÃO

Em conclusão, podemos ver que a cultura alimentar tem um impacto significativo na nossa saúde e bem-estar. As tradições, influências culturais, nos leva, a sermos grandes consumidores de fast food e alimentos processados. Além disso carecemos de normas sociais que nos levem para uma cultura alimentar saudável. E tudo isso tem gerado um aumento nas taxas de obesidade, doenças crônicas e problemas de saúde mental. A publicidade, o lobby da indústria alimentar e das tradições familiares também reforçam essa cultura alimentar interna negativa.

No entanto, a mudança cultural e a educação são essenciais para combater esses problemas e promover uma sociedade mais saudável. Nós indivíduos, comunidades e agentes políticos devemos trabalhar juntos para abordar e combater as questões da cultura alimentar, garantindo que todos tenham acesso a uma alimentação saudável e nutritiva.

Escrito por: Dra Danielle Regina

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